Das folhas da Mansoa hirsuta ao desenvolvimento de um curativo para feridas, associado à fração rica em triterpenos pentacíclicos: um dossiê

Resumo

Objetivo: Analisar os estudos já realizados sobre a fração acetato de etila obtida das folhas de Mansoa hirsuta D.C. (FMH) rica em triterpenos pentacíclicos. Métodos: Estudo descritivo e retrospectivo sobre a caracterização química, toxicidade, ações anti inflamatórias e analgésicas e desenvolvimento de filmes de quitosana incorporados com a fração para o tratamento de feridas. Resultados: Observou-se que FMH não comprometeu a viabilidade celular de células 3T3 e em ensaios in vivo de toxicidade aguda e subcrônica não apresentou alterações toxicológicas relevantes. Além disso, não alterou a atividade locomotora e comportamento dos camundongos, nem provocou alteração na coordenação motora e equilíbrio dos animais tratados. Na avaliação da atividade anti-inflamatória, FMH reduziu o edema induzido por carragenina e os níveis de mieloperoxidase e diminuiu a migração de leucócitos e proteínas no modelo de bolsa de ar. Em relação à atividade antinociceptiva, registrou-se redução da contorção abdominal em resposta à administração do ácido acético e inibição da segunda fase do teste de formalina. Nessa perpectiva, curativos contendo a fração foram preparados, caracterizados por métodos fisico-químicos e analisados qanto a sua ação cicatrizante in vivo. Conclusões: Os resultados
sugerem um perfil anti-inflamatório e antinociceptivo de FMH, sem causar aparente efeitos tóxicos agudos ou subcrônicos, com uma excelente ação cicatricante, sendo uma fonte promissora a ser explorada no desenvolvimento de propostas terapêuticas para doenças que apresentem esse perfil inclusive a Covid-19. Estes trabalhos geraram depósitos de Patente referente à purificação dos ácidos triterpênicos e do Filme cicatrizante, BR1020150081804 e BR1020190193883 respectivamente.