Análise do uso da monitorização contínua de glicose em pacientes com DM sem suporte multidisciplinar prévio: uma perspectiva observacional
DOI:
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.128Resumo
Introdução: Atualmente, o Brasil tem cerca de 16,8 milhões de pessoas com diabetes mellitus (DM), estando na quinta posição
de incidência no ranking mundial. A DM é uma doença crônica caracterizada por níveis elevados de glicose sérica. Existem dois
principais tipos de diabetes: DM tipo 1 e DM tipo 2. O diagnóstico de DM tipo 1 ocorre quando o sistema imunológico ataca
e destrói as células beta pancreáticas, resultando em produção insuficiente de insulina no corpo, o que requer a administração
diária de insulina. A DM não controlada pode levar a complicações graves em longo prazo, e por isso a monitorização é uma
parte fundamental do cuidado, contribuindo para o controle da glicemia, ajuste da terapia e prevenção de complicações. Hoje,
existem várias tecnologias disponíveis para facilitar a monitorização em diabetes, como medidores de glicose no sangue e
biossensores contínuos de glicose, que exigem treinamento básico aos pacientes pelo profissional de saúde. Objetivos: Observar o uso da monitorização contínua de glicose em pacientes com DM sem suporte multidisciplinar prévio. Material e Método: O estudo foi realizado no ambulatório de endocrinologia do Centro Médico de Aracaju/SE e contou com um endocrinologista, um enfermeiro, dois farmacêuticos e seis estudantes (cinco de Farmácia e um de Biologia). O estudo foi realizado em três meses, aonde os pacientes iam ao ambulatório de 14 em 14 dias para troca do sensor (totalizando o uso de seis sensores). Tivemos n = 17 participantes que assinaram o Termo de Consentimento e que foram inseridos conforme critérios de inclusão e exclusão. Através de um questionário com 13 perguntas, analisamos a motivação para o tratamento e a qualidade de vida dos pacientes. Assim, os dados clínicos a serem analisados foram: HbA1c, glicemia média, tempo médio na meta glicêmica, abaixo e acima desta, casos de hipoglicemia e duração da mesma. (CAAE: 14555719.7.0000.5546). Resultados: A análise estatística foi realizada usando o software Bioestat 5.3, onde foram obtidos resultados de estatística descritiva e Teste de Fisher. Houve uma diferença significativa (p< 0,05), demonstrando piora no controle glicêmico, nas avaliações antes e depois de três meses em relação ao tempo na meta e acima desta. No entanto, não houve mudanças significativas nos outros dados clínicos analisados após o uso do sistema de monitoramento contínuo de glicose. Apesar disso, os dados obtidos no questionário, a grande maioria dos pacientes se sentia motivada para o tratamento e afirmam ter uma boa qualidade de vida. Discussão e Conclusões: A tecnologia do sistema de monitoramento contínuo é um avanço no tratamento da DM. Porém, os achados sugerem que o mesmo, se utilizado por alguém sem instrução prévia do profissional de saúde, não necessariamente vai trazer benefícios. O estudo reforça a importância da equipe multidisciplinar, com a presença do farmacêutico para auxiliar no tratamento do paciente que convive com diabetes.
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