ID220 Tratamento da artrite reumatoide no sistema único de saúde: persistência, perfil de utilização de medicamentos e gastos
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Como Citar

José Moreira, A., Mateus Prata, W., de Assis Acurcio, F., Afonso Guerra Júnior, A., & Alvares-Teodoro, J. (2024). ID220 Tratamento da artrite reumatoide no sistema único de saúde: persistência, perfil de utilização de medicamentos e gastos: EIXO 2: IMPLEMENTAÇÃO DE TECNOLOGIAS E DIRETRIZES CLÍNICAS EM SAÚDE. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 9(s.1). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.164

Resumo

Introdução

A Artrite Reumatoide (AR) é uma das doenças crônicas inflamatórias mais prevalentes no mundo. Os principais sintomas da doença são dor, inchaço, dormência e deformidades, podendo levar posteriormente à destruição da cartilagem e das articulações por erosão óssea. O tratamento tem como objetivo melhorar a capacidade funcional e a qualidade de vida, prevenir e controlar lesões articulares e extra articulares. Os medicamentos modificadores do curso da doença biológicos (MMCDbio) e sintéticos alvo específicos (MMCDsae) utilizados no tratamento da AR são de alto custo e representam importante impacto nos gastos do SUS. A avaliação da implementação das tecnologias incorporadas, em termos de utilização, efetividade e segurança pelo Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) contribui para a sustentabilidade do SUS e melhoria da equidade e acesso aos medicamentos. O objetivo desse estudo foi analisar o perfil de utilização, a persistência e os gastos com os MMCDbio e MMCDsae utilizados para tratamento da AR no SUS no período de 2017 a 2021.

Métodos

Trata-se de uma coorte retrospectiva de usuários que receberam pelo menos um MMCDbio ou MMCDase registrados na Sala Aberta de Inteligência em Saúde – Sabeis/Datasus. Foi avaliada a persistência global e estratificada por gênero, classe terapêutica e medicamento, do tempo zero até a interrupção ou troca de medicamento. Foi feita a valoração dos 15 medicamentos padronizados pelo PCDT a partir das compras públicas registradas no Banco de Preço em Saúde e de busca ativa junto ao Ministério da Saúde, entre 2017 e 2021. Os gastos foram calculados a partir do número de APACs registradas no SAI/SUS.

Resultados

Entre 2017 e 2021 foram avaliados 91.684 pacientes. A maioria eram mulheres, na faixa etária entre 45 e 64 anos de idade, residentes na região Sudeste. O grupo de medicamentos de maior utilização foi o MMCDbio anti-TNF associado ou não aos MMCD sintéticos convencionais. Entre os 10 medicamentos ou combinações mais utilizados estão o adalimumabe (32,2%), etanercepte (15,5%) e golimumabe (7,6%). O tempo mediano de persistência global foi de 11 meses, sendo de 10 meses entre as mulheres e de 13 meses entre os homens. Pessoas em uso de adalimumabe apresentaram tempo mediano de persistência de 16 meses. Os gastos com os medicamentos foram R$ 408.146.527 (2017), R$ 237.615.290 (2018), R$ 213.790.222 (2019), R$ 195.626.575 (2020) e 140.096.142 (2021). Verificou-se que no ano de 2017 adalimumabe (33%), etanercepte (28%) e golimumabe (14%) eram os MMCDbio mais utilizados. Observou-se aumento do consumo de adalimumabe e certolizumabe de 2017 a 2019, com redução da utilização dos outros MMCDbio, principalmente etanercepte. Em 2019 houve uma mudança no perfil de utilização, após a incorporação do MMCDsae tofacitinibe no PCDT.

Discussão e conclusões

Observa-se, no período de 2017 a 2021, mudanças no perfil de utilização e de gastos de MMCDbio e MMCDsae, decorrentes da incorporação de novos medicamentos e da entrada de biossimilares no mercado brasileiro. No entanto, adalimumabe, um dos primeiros MMCDbio incorporados, apresentou melhor desempenho em termos de tempo de persistência. Este projeto foi financiado pelo DGITS/SECTICS/MS.

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2024.v9.s1.p.164
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