Resumo
Introdução
A Hipertensão Arterial Resistente é definida quando a pressão arterial se mantém acima das metas pressóricas recomendadas mesmo com uso de três fármacos anti-hipertensivos com ação sinérgica em dose máxima preconizada e tolerada com adesão comprovada, preferencialmente, sendo um deles diuréticos ou aqueles que utilizam quatro ou mais anti-hipertensivo para controle da pressão arterial. Apresentando uma prevalência em torno 10 a 20% da população de hipertenso do mundo, porém com maior prevalência de morbimortalidade quando comparado com a população não resistente, acompanhado de um impacto econômico desafiador relacionado as altas taxas de internação hospitalar. Objetivo Estimar o impacto econômico de um programa especializado em Hipertensão Arterial Resistente, num município da região de lagos na redução de internação hospitalar na perspectiva do Sistema Único de Saúde.
Métodos
Trata-se de um estudo de avaliação econômica que visa estimar o impacto econômico de um programa assistencial para hipertensão arterial resistente quanto a redução da probabilidade de internação hospitalar. Utilizando o auxílio do software Treeage Pro Healthcare 2021®. O caso-base da análise se deu por um cenário de referência (sem programa) e um cenário alternativo (com programa), quanto ao impacto financeiro referente às internações hospitalares evitáveis por morbidades mais prevalentes na hipertensão. Os custos foram expressos em unidade monetária (R$), a efetividade avaliada foi a redução de internação hospitalar por acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica As estimativas de custos foram coletadas retrospectivamente, utilizando como base o Sistema de Gerenciamento da Tabela de Procedimentos, Medicamentos e OPM do SUS em um horizonte temporal de 12 meses.
Resultados
Os resultados do modelo proposto mostram que o cenário alternativo representa um menor custo, com uma economia de R $110.919,65 e uma maior efetividade, com uma probabilidade de 70% de redução de internação. Ainda apresentou uma economia por cada internação evitável de R$ 100.205,88, com uma efetividade incremental de 14%. Bem como uma maior probabilidade de evitar morte por acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica em relação ao cenário base de 91% e 84% respectivamente. Na análise da sensibilidade determinística através do diagrama de tornado, de todas as variáveis imputadas no modelo, a que mais impactou no resultado com maior variação foi a probabilidade de internação hospitalar por doença renal crônica. Na análise de sensibilidade probabilística, pelo Scatter Plot, os dados mostram que o cenário alternativo se apresenta com menor custo e maior efetividade, com uma frequência de internação de 68%.
Discussões e conclusões
A presente análise econômica conclui que a implantação de programa especia[1]lizado na Hipertensão Arterial Resistente, se mostra custo-efetiva na redução da probabilidade de da internação hospitalar por acidente vascular cerebral, infarto agudo do miocárdio e doença renal crônica. Apresentando uma probabilidade maior de evitar internação hospitalar quando comparado ao cenário sem o programa, bem como reduz a probabilidade de mortalidade. Os resultados visam subsidiar os processos decisórios e fazer triunfar os interesses da saúde pública, destacando os aspectos econômicos do processo saúde-doença e seu impacto na manutenção do serviço e garantia de direito.

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