Análise de estoque de medicamentos domiciliar no contexto da estratégia de saúde da família
DOI:
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.26Palavras-chave:
Amazenamento; Farmácia caseira; Medicamentos.Resumo
Introdução: Sabe-se que a maioria da população possui um estoque de medicamentos em suas residências, conhecidos também como farmacinha ou farmácia caseira. No contexto da Estratégia de Saúde da Família, as visitas domiciliares são espaços potentes para se analisar tais. Desta forma, o farmacêutico inserido nessa equipe pode observar e avaliar se os medicamentos estão sendo utilizados de forma racional. Objetivos: Analisar o estoque de medicamentos em domicílios de uma área da Estratégia de Saúde da Família (ESF). Material e Método: O estudo é descritivo e exploratório, com abordagem quali-quantitativa, realizada em residências de uma área da Estratégia de Saúde da Família (ESF) de um município na região centro-sul de Sergipe. A coleta de dados foi realizada entre maio e novembro de 2019, durante as visitas domiciliares dos residentes da equipe da ESF. Os dados analisados foram: cômodos, condições do armazenamento, presença de embalagem primária e/ou secundária, prazo de validade, além das classes terapêuticas dos medicamentos encontrados, através do sistema de classificação Anatômico Terapêutico Químico (Anatomical Therapeutic Chemical –ATC). Os dados foram computados no Excel e, analisados no programa Biostat versão 5.3. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe sob parecer 3.329.296. Resultados: Os dados foram coletados de 84 residências. Em 97,62% dos domicílios havia medicamentos armazenados. Quanto ao local de armazenamento, em 67,7% (n=55) das residências os medicamentos eram armazenados na cozinha. Em 21,95% (n=18) os medicamentos estavam expostos à luz, 15,85% (n=13) à umidade, e 46,34% (n=38) ao calor. Em 70,73% (n=58) os medicamentos estavam em embalagem primária, sendo que em 20,73% (n=17) havia medicamentos vencidos, os quais foram recolhidos e encaminhados para o órgão municipal responsável pela sua destinação final. Nas residências foram encontradas 455 especialidades de medicamentos, com média de 10,11 medicamentos por residência. O medicamento de maior frequência foi losartana potássica, 5,93% (n=27), seguido de hidroclorotiazida e dipirona sódica, 4,61% (n=21). O cloridrato de metformina teve uma frequência de 3,30% (n=15), assim como o paracetamol. Quanto às características dos medicamentos encontrados (forma farmacêutica) em 80,49% (n=66) das residências havia comprimidos e, em 42,68% (n=35) havia cápsulas. Discussão e Conclusões: A maioria da população tem estoque de medicamentos domiciliar. No entanto, armazenam em local inadequado, mantendo-os expostos à luz, umidade e calor, aumentando os riscos à saúde atrelados a esta prática equivocada. Assim, o farmacêutico durante a visita domiciliar pode prover informações adequadas, claras e seguras, evitando possíveis danos e garantindo maior qualidade de vida ao paciente.
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