Resumo
Introdução: As cepas de Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA) apresentam resistência a todos os antimicrobianos da classe dos betalactâmicos. A resistência do MRSA é controlada pelo gene mecA. Até 2011, haviam sido identificados oito tipos do SCCmec. Os tipos I, II e III são associados a isolados hospitalares, e os tipos IV e V a estirpes da comunidade. MRSA pode ainda apresentar resistência aos macrolídeos, mediada pelo gene erm (erythromycin ribosome methylase). Objetivos: Identificar a prevalência de S. Aureusresistentes a meticilina isolados dos manipuladores de alimentos da cozinha de um hospital no interior da Bahia. Métodos: Foi realizado um estudo corte transversal, entre junho e agosto de 2015, com 24 manipuladores de alimentos. As coletas foram realizadas nas mãos e nas fossas nasais dos funcionários, utilizando swab estéril embebido com solução fisiológica 0,85%. A identificação foi feita com meio ágar manitol, seletivo para S. aureus. Para confirmar o gênero foi utilizado o teste de catalase, com peróxido de hidrogênio (20V), e para determinar a espécie, foi realizado o teste de coagulase, com plasma de coelho. A detecção da resistência a meticilina foi realizada utilizado discos de Oxacilina (1μg) e Cefoxitina (30μg) e a detecção de resistência induzida a Clindamicina foi utilizado discos de Eritromicina (15μg) e Clindamicina (2 μg) pelo método do D-teste. A técnica da Polymerase Chain Reaction (PCR)foi realizada para amplificação do gene mecA. Para controle positivo foi utilizado uma cepa de infecção invasiva (mec tipo V) e para controle negativo uma cepa de S. aureus ATCC 25923. O produto da PCR foi analisado através da eletroforese em gel agarose 1,5%, corado com brometo de etídio. Resultados: Das 48 amostras isoladas, 11 apresentaram colonização das fossas nasais por S. aureus e 5 apresentaram colonização das mãos. Dos 11 que estavam colonizados nas fossas nasais, 4 também estavam colonizados nas mãos. Nenhuma amostra demonstrou resistência a Oxacilina e Cefoxitina. Foi possível observar que 4 das 16 (25%) amostras de S. aureus estavam carreando o gene SCCmec tipo I, visíveis em um padrão de banda. As respostas do questionário que foi aplicado antes das coletas indicam maior prevalência do gene SCCmec tipo I entre o sexo masculino (67%) e em indivíduos menores de 30 anos (50%). A técnica fenotípica D-teste, detectou o gene erm em 19% (3/4) das amostras de S. aureus isolados da secreção nasal. Foi identificado 4 indivíduos colonizados por S. aureus carreando o gene mecA, sendo que 3/4 também carreavam o gene erm. Conclusão: O Tipo I de SCCmec encontrado prevalentemente neste estudo é semelhantes a resultados encontrados na literatura onde esse tipo é um dos mais frequentes em hospitais. No entanto, pôde-se observar que a maioria das cepas carreavam mais de um tipo de mecanismo de resistência, incluindo o tratamento mais atual, o que não foi identificado nos outros estudos.
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