Resumo
Introdução: A conciliação medicamentosa consiste na comparação entre os medicamentos de uso crônico do paciente com os prescritos no ambiente hospitalar. Objetivo: Este trabalho objetiva comparar o perfil de discrepâncias encontradas durante a conciliação realizadas no ano de 2016 e 2017 e reforçar a importância da atuação do farmacêutico clínico na otimização da farmacoterapia. Método: Foi realizada a comparação dos dados da conciliação obtidos entre setembro e novembro do ano de 2016 ao período de abril a setembro do ano de 2017. A lista de medicamentos de uso contínuo foi coletada em até 48h após admissão dos pacientes na emergência de um hospital público do interior da Bahia. Após comparar à prescrição hospitalar, foram identificadas se havia discrepâncias, classificando-as em intencionais ou não-intencionais (como de omissão, inclusão inadequada, posologia incorreta, duplicidade e via de administração incorreta). Resultado: No ano de 2016 foram realizadas 490 conciliações. Destes, 310 (63,26%) referiram uso de medicamentos de uso contínuo. O total de discrepâncias encontradas foram 217. Sendo que 154 (70,96%) destas foram classificadas como não intencionais. Dentre as discrepâncias não intencionais 117 (75,97%) foi do tipo omissão, 11 (7,14%) relacionada a frequência da administração incorreta, 10 (6,49%) relacionada a duplicidade de administração e 8 (5,19%) relacionada a inclusão inadequada de medicamento não utilizado pelo paciente. Já no período de 2017 foram entrevistados 646 pacientes. Destes, 285 (44,1%) usavam medicamentos de uso contínuo. Foram encontradas 259 discrepâncias, destas 128 (49,5%) como não intencionais. Em relação aos tipos de discrepâncias não-intencionais observadas, 110(86%) caracterizaram-se como “omissão de medicamento em uso pelo paciente”, 8 (6,25%) por inclusão inadequada, 8 (6,25%) com posologia incorreta, 2 (1,5%) por duplicidade na administração. Conclusão: Foi observada uma redução no percentual das discrepâncias não intencionais ao comparar o período de 2016 ao período de 2017. Entretanto as discrepâncias não intencionais continuam prevalentes, reforçando a importância desse serviço e o empoderamento do farmacêutico clínico nesta atuação, afim de promover otimização dos desfechos clínicos.
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