Implementação de iniciativas de valor em Oncologia no Brasil: o que está sendo aplicado na prática e quais são as recomendações para o futuro?

Autores

  • Ana Paula Beck da Silva Etges PEV Healthcare Consulting - Porto Alegre - RS - Brasil
  • Anna Luiza Ferreira PEV Healthcare Consulting - Porto Alegre - RS - Brasil
  • Gabriela Boff Comiran PEV Healthcare Consulting - Porto Alegre - RS - Brasil
  • Tassia Cristina Decimoni Bristol Myers Squibb - São Paulo - SP - Brasil
  • Noris Coimbra Scaglia Bristol Myers Squibb - São paulo - SP - Brasil
  • Carisi Anne Polanczyk PEV Healthcare Consulting - Porto Alegre - RS - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.110

Resumo

Introdução: O contínuo avanço das tecnologias, tais como, incorporação de medicamentos para tratamento do câncer, tem provocado uma revisão das práticas de gestão de saúde no mundo. Há consenso de que a redefinição e sustentabilidade do sistema envolve a implementação de ações de saúde baseado em valor (VBHC). Embora haja um conhecimento geral de que estratégias de VBHC são necessárias, as evidências do que está sendo aplicado na prática ainda são escassas. Objetivos: Identificar os principais casos e delinear estratégias para orientar a implementação de programas de VBHC em linhas de cuidado oncológicas no Brasil. Material e Métodos: Especialistas foram selecionados a partir dos seguintes critérios: expertise em gestão e economia da saúde, histórico da instituição que representam, adoção de métodos e políticas inovadoras de gestão e experiência em VBHC. A inclusão dos participantes abrangeu prestadores e pagadores. Foi aplicado um questionário qualitativo semi estruturado, seguindo uma revisão sistemática da literatura que teve como objetivo identificar as iniciativas de VBHC em oncologia no mundo. O documento foi validado por dois especialistas que consideraram o histórico de iniciativas do entrevistado em 9 domínios: conceitos de valor em saúde, aplicabilidade na oncologia; papel dos diferentes stakeholders, implementação na saúde pública e suplementar, medição de desfechos, medição de custos, digitalização, modelos de pagamento e desafios para acelerar a implementação. A partir da convergência das respostas, estratégias para guiar a implementação de programas de VBHC foram elencadas e organizadas em formato de agenda de implementação. Resultados: Foram entrevistados 5 especialistas: 1 gestor de saúde/oncologista, 2 executivos de saúde e 2 oncologistas, sendo 4 de instituições privadas e 1 de instituição pública/privada do sul e sudeste do Brasil. A partir de suas percepções convergentes foram elencadas 10 estratégias a serem implementadas em um período de até 5 anos: (A) definição estratégica envolvendo a liderança institucional; (B) constituição de equipe multidisciplinar e enfermeiras navegadoras; (C) construção de linhas de cuidados e adoção de soluções digitais; (D) definição e mensuração de desfechos; (E) definição e mensuração de custos; (F) uso de instrumentos digitais para coleta de dados; (G) implementação de unidades de prática integradas; (H) construção de dashboard e governança de dados; (I) estabelecimento de modelos de remuneração baseados em resultados; (J) virada de chave institucional; (K) expansão para sistema de saúde e benchmarking. Discussão e Conclusões: A aplicabilidade de iniciativas de VBHC é uma necessidade para alcance de melhores resultados para pacientes com câncer e sustentabilidade do sistema de saúde público e suplementar. O estudo permitiu delinear um framework para apoiar aqueles que desejam implementar projetos estratégicos de VBHC em oncologia no cenário brasileiro e, assim, impactar a equidade, a sustentabilidade financeira e a saúde da população.

 

Publicado

2023-11-08

Como Citar

Beck da Silva Etges, A. P., Ferreira, A. L., Boff Comiran, G., Cristina Decimoni, T., Coimbra Scaglia, N., & Polanczyk, C. A. (2023). Implementação de iniciativas de valor em Oncologia no Brasil: o que está sendo aplicado na prática e quais são as recomendações para o futuro?. JORNAL DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA E FARMACOECONOMIA, 1(s. 2). https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.110