Stewardship Brasil: atuação do farmacêutico na promoção do uso racional de antimicrobianos em hospitais brasileiros com UTI adulto
DOI:
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.83Palavras-chave:
Programa de gerenciamento de antimicrobianos; Farmacêutico clínico; Time gestor.Resumo
Introdução: O Stewardship Program compreende práticas e estratégias com o objetivo de realizar a gestão clínica eficiente de antimicrobianos. Essa abordagem, conhecida como programa de gerenciamento de antimicrobianos (PGA), envolve a participação de uma equipe multiprofissional, sendo o farmacêutico clínico um membro essencial desse grupo. Estudos demonstram que a adoção do PGA nas UTIs resulta em benefícios clínicos e vantagens econômicas significativas. Reduzir custos hospitalares é uma preocupação constante para as instituições e a otimização do uso de antimicrobianos desempenha um papel crucial nesse sentido. Objetivos: Averiguar a atuação do farmacêutico no time gestor dos PGA dos hospitais brasileiros com UTI adulto. Material e Método: Estudo prospectivo transversal, quantitativo, com abordagem multicêntrica. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário, por meio da plataforma Google Forms, disponibilizado no site da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e respondido de forma voluntária pelas instituições hospitalares brasileiras. Realizou-se a coleta de dados entre os meses de outubro de 2022 a janeiro de 2023. Foram inseridos no estudo os hospitais brasileiros com UTI adulto que declararam ter o PGA implementado. A presente pesquisa foi realizada com a colaboração da ANVISA e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul, sob parecer 3.017.507. Resultados: Dentre os hospitais que participaram do estudo, 594 afirmaram possuir o PGA implementado. Desses, 401 (68%) possuem definição de um time gestor, responsável por estabelecer as políticas e normativas, bem como as diretrizes gerais, monitoramento contínuo, propostas de melhoria e retroalimentação dos resultados do PGA. Em 332 (56%) dessas equipes, o farmacêutico está presente. Em 28 (5%), o farmacêutico é o líder do time gestor. Em 437 (74%) das instituições há um farmacêutico atuando no gerenciamento de antimicrobianos. Discussão e Conclusões: Após análise desses resultados, é evidente a relevância e efetividade do farmacêutico nos PGA, tanto como membro dos times gestores quanto no gerenciamento direto desses medicamentos. Diante desse cenário, é de extrema importância que estudos futuros se dediquem a investigar e avaliar a participação do farmacêutico nos PGA, visando ampliar sua visibilidade e reconhecimento no contexto do uso racional de antimicrobianos. Essas pesquisas têm o potencial de contribuir significativamente para a segurança da antibioticoterapia, promovendo a redução de erros e a otimização dos tratamentos. Além disso, o envolvimento ativo do farmacêutico na geração de indicadores de qualidade dos serviços de saúde relacionados aos antimicrobianos é crucial para o monitoramento e aprimoramento contínuo desses programas. Ao aumentar a compreensão sobre o papel do farmacêutico nos PGA, é possível fortalecer ainda mais sua atuação no sistema de saúde, impulsionando a implementação de práticas baseadas em evidências e garantindo melhores resultados terapêuticos para os pacientes.
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