Implantação de um serviço clínico farmacêutico para pessoas com Doença Falciforme em farmácias da Secretaria de Saúde do Distrito Federal
DOI:
https://doi.org/10.22563/2525-7323.2023.v1.s2.p.53Palavras-chave:
Medicamentos do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica; Assistência Farmacêutica; Cuidado Centrado no Paciente; Políticas Públicas de Saúde; Sistema Único de Saúde.Resumo
Introdução: Cerca de 50% (n=650) dos pacientes com a doença Falciforme no Distrito Federal (DF) são cadastrados nas farmácias do Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) para o uso de hidroxiureia, terapia medicamentosa mais eficaz nesses casos. Se utilizado de forma adequada, o medicamento reduz em 40% o risco de óbito, episódios álgicos agudos, necessidades transfusionais e síndrome torácica aguda. Assim, um serviço clínico farmacêutico é relevante por promover adesão ao tratamento, resultados terapêuticos mais efetivos e redução de custos decorrentes do acesso às emergências e internações hospitalares. Objetivo: O objetivo deste trabalho é apresentar o caminho percorrido e resultados iniciais da implementação de um serviço clínico farmacêutico voltado a pessoas com doença falciforme nas farmácias do CEAF da SES DF. Material e Método: Foi criado um plano de implementação e uma equipe para conduzi-lo. O serviço é estruturado da seguinte forma: para pacientes novos é agendada uma dispensação exclusiva com o farmacêutico; o atendimento segue um roteiro de consulta em que o farmacêutico acolhe, orienta e fornece material educativo, tira dúvidas, estabelece plano de cuidados e registra os atendimentos. Ferramentas de trabalho incluem roteiro de atendimento, material educativo (adulto e criança), prontuário farmacêutico, modelos de cartas de encaminhamento em casos de toxicidade e planilha de indicadores. Ocorrem reuniões periódicas de monitoramento das ações e discussão de casos. Resultados: De agosto de 2022 a janeiro de 2023 foram registrados atendimentos de 50 pacientes. Foram identificados cerca de 40 problemas relacionados a medicamentos, destacando-se os relacionados à adesão ao tratamento, com as seguintes situações: o paciente esquecia de utilizar o medicamento; não compreendia as instruções de uso; não conseguia engolir/administrar o medicamento adequadamente; preferia não utilizar o medicamento, por variados motivos. Demais problemas foram relacionados à segurança, necessidade e efetividade do tratamento. O número de intervenções foi 357, especialmente: fornecimento de lembrete com horários de uso dos medicamentos; recomendações de automonitoramento; uso de estratégias para remover barreiras para adesão ao tratamento; recomendações para manipulação do produto; encaminhamento ao médico e nutricionista; orientação ao paciente/cuidador sobre medidas não farmacológicas e tratamentos de forma geral. Discussão e Conclusões: Foram evidenciadas necessidades dos pacientes, que têm um potencial de serem atendidas pelos serviços farmacêuticos de forma colaborativa e integrada às equipes de saúde da rede SUS. Nesse contexto, pretende-se institucionalizar o serviço, ampliar parcerias interinstitucionais, com prescritores e outros setores, capacitar mais farmacêuticos para a prática clínica, ampliar os atendimentos, qualificar a gestão do cuidado de forma a propiciar o monitoramento e a avaliação de resultados clínicos, humanísticos e econômicos por meio de indicadores de curto, médio e longo prazo.
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